Em meados do século XVIII, o poeta escocês Robert Burns escreveu que “o Whisky e a liberdade andam juntos”. Desde 1449, a iguaria, feita à base de cereais, angaria novos apreciadores por todos os cantos do mundo a fim de experimentar essa tentadora combinação. Em Canela, o restaurante Magnólia mantém desde 2014 o Clube do Whisky.
O clube dedicado à bebida reúne mensalmente curiosos, fãs e apreciadores da bebida para se aprofundar sobre o tema. Durante os encontros, sempre temáticos, há sessões de cinema, prova de petiscos e finger foods especialmente preparados pela cozinha da casa, além de degustação de três rótulos de whisky selecionados. De forma leve e informal, as reuniões são pautadas por variados temas do universo do whisky. Debates sobre história, produção e destilarias, por exemplo, dão o tom da noite.
“Uma forma de aproveitar melhor aquilo que estamos consumindo, é sabendo como é feito. Neste ponto, o Clube do Whisky deixa de ser apenas um encontro: torna-se uma ferramenta de aprendizado e aprofundamento na apreciação completa do whisky”, explica Márcio Becker, único brasileiro certificado pela Springbank Whisky School, que comanda as reuniões no Magnólia.
O projeto nasceu da vontade de Márcio em se relacionar com outros adoradores da bebida e do desejo do Magnólia em ter um Clube do Whisky. “Entender de onde vem e como são produzidos os aromas e sabores da bebida mais complexa do mundo, faz do clube do whisky a oportunidade perfeita para saborear a bebida”, conta Becker, que é cientista da computação e estudioso da bebida.
Apesar de não ser tão popular, o whisky, que já teve fama de ser uma bebida diferenciada e até nobre, hoje ganha novos adeptos a cada dia. A vontade de entender o que se consome pode ser uma das explicações para que o whisky receba cada vez mais interesse dos brasileiros, uma tendência que já pôde ser vista com o vinho e, recentemente, com a cerveja artesanal.
“Somos o primeiro lugar a ter um clube dedicado ao tema aqui na região. Sempre estamos de portas abertas para iniciativas que tenham identificação com a nossa proposta de levar experiências que vão além da gastronomia”, explica o sócio do Magnólia Alan Erthal.
O Clube do Whisky é aberto ao público, todo são bem-vindos e qualquer pessoa pode se associar. Participantes do clube ainda podem ter sua própria garrafa no Magnólia para desfrutar sempre que forem ao restaurante que é um dos pontos imperdíveis da gastronomia da Serra Gaúcha. Os associados ainda recebem 20% desconto em todas as doses de whisky consumidas no bar.Além de ser o comandante do Clube do Whisky do Magnólia, Márcio Becker mantém o canal “Degustando Whisky” no YouTube e o blog “Degustando Whisky”, organiza viagens para a Escócia focadas no tema e ministra eventos, palestras, cursos, degustações e avaliações de amostras.
WHISKY OU WHISKEY?
Você também já teve esta dúvida? Então vamos lá! A ortografia da palavra difere regionalmente. “Whisky” é usado na Escócia, no Canadá e no Japão, enquanto “whiskey” é a grafia preferida na Irlanda e nos Estados Unidos.
Aqui no Brasil é muito comum encontrar diferentes formas de escrever, como acontece com diversas palavras que têm origem estrangeira e passam a fazer parte do vocabulário brasileiro. É o caso de outras bebidas estrangeiras como “gin”, “aperol” e “champanhe” ou a própria palavra “drink” que em português se escreve “drinque”. Voltando ao whisky, de acordo com a Academia Brasileira de Letras e a gramática portuguesa, a forma correta de escrever whisky em português é uísque. Isso mesmo! Parece estranho, certo? Mas pode acreditar. Independente de como se escreve, é uma ótima bebida para apreciar sozinhou ou acompanhado.